Bolsa pendurada no ombro, Aírton passa pelo estacionamento do Flamengo tentando ligar para alguém. O celular ainda não é dos mais modernos. Ele avista um carro importado. Passa. Observa outro, passa reto novamente. Os veículos nacionais também ainda não lhe pertencem. A nova promessa rubro-negra atravessa a roleta da Gávea e parte para o ponto de ônibus na Praia do Leblon.
Há pouco mais de três meses na Gávea, o volante, de 18 anos, teve uma ascensão meteórica. Veio do Nova Iguaçu por indicação de Adílio, conquistou a vaga de titular nos juniores e, em um simples coletivo, impressionou Joel Santana. Puxado para os profissionais, deve fazer a estréia no domingo, no clássico contra o Vasco, deixando para trás os estrangeiros Gavilán e Colace.
Mas as mudanças restringem-se aos gramados. Nascido e criado em Austin - não a capital do Texas, mas sim um bairro humilde de Nova Iguaçu -, Aírton se mudou da Baixada Fluminense para a concentração do Flamengo, em Vargem Grande. Tudo para evitar as horas de deslocamento. Em vão.
Na minha posição, acho que pareço um pouco com o estilo do Rodrigo Souto. Marco, mas sei tocar bem a bola. Aírton, novidade do Flamengo para a partida contra o Vasco |
- Agora que passei a treinar com os profissionais demoro duas horas de ônibus para chegar à Gávea - declara.
Os longos momentos que passa na linha 382 (Carioca-Piabas) servem para pensar no futuro. Sonha dar uma vida melhor para o pai, Aílton, a mãe, Silvânia, e a irmã, Aline. Todos rubro-negros. Assim como ele.
- O último jogo que fui no Maracanã foi uma vitória do Flamengo por 2 a 1 sobre o Botafogo - declara o tímido Aírton, sem saber exatamente a data da partida.
O pagode e o funk são as trilhas sonoras preferidas. Mas nada de noitada. Orientado pelo pai, ele sabe dos riscos que a possível fama pode trazer. Por isso, se espelha no capitão do Flamengo, Fábio Luciano.
- Pela liderança que ele tem. Na minha posição, acho que pareço um pouco com o estilo do Rodrigo Souto. Marco, mas sei tocar bem a bola - conta, antes de entrar no ônibus, atravessar a roleta e sonhar com, quem sabe, uma estréia vitoriosa contra o Vasco, domingo.
Fonte: Globo Esporte
JÁ TEM GENTE MALHANDO O RAPAZ. EU ACHO QUE DEVE SER ALGUM BAMBI.
ResponderExcluirKID
É foda, Diogo. Os caras passam por muitos perrengues antes de virarem profissionais. E se forem craques, o massacre e a pressões são maiores ainda. É duro, meu irmão. É duro.
ResponderExcluirSaudações rubro-negras,
Fábio Gil
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Nós como torcedores, iremos torcer para que dê certo. Mas estou muito encabulado com o que acontece na Gavea. Os ultimos jogadores que sobrem para o profissional, tem encontrado dificuldade para se firmar. Espero que isso acabe logo.
ResponderExcluirDiogo, lá no "Futebol, Musica e Etc", entrevista com Rubens Lopes. Dê uma conferida.
Abs.........